quinta-feira, 23 de julho de 2009

Profetas e Milagreiros

“Jesus lhe curou, esqueça o remédio... Esse ministério cura... Deus opera neste lugar... O dia de cura existe.. Profetizo que você está curado..Deus lhe tocou..” Todas as frases acima foram proferidas em programas de televisão ontem, 22, pela manhã, que este jornalista assistiu para reforçar uma tese. Hoje este jornalista vai tocar num tema que muita gente não tem coragem de escrever: religião. Aliás, religião não, porque Deus é um só e se Jesus Cristo retornasse a terra seria crucificado por estes mesmos que dizem que falam em seu nome.

Primeiro é preciso deixar claro que este espaço não vai defender censura nas redes de televisões, mas é preciso que a Anatel, responsável pela fiscalização das concessões públicas, discipline o uso destes horário. A cada dia que passa as redes de televisão, com o fim meramente comercial, vendem seus espaços para igrejas de todos os tipos e gostos.

É lógico que o direito a crença religiosa está garantido na Constituição Federal. Já essa história de estado laico é só no papel, já que a maioria dos feriados no Brasil é da Igreja Católica. E as outras? Mas o ponto principal deste comentário é o uso indiscriminado e abusivo das redes de televisões pelas diversas religiões.

É preciso que o órgão regulador responsável chame os donos das emissoras e lembrem que todas são concessões públicas. Em todo país a qualidade da TV aberta está caindo por conta de um horário extenso no intuito de conseguir mais fieis. E o pior, na sua maioria, tem por trás o interesse político-partidário.

As frases do primeiro parágrafo deste artigo são reais. Os pastores, bispos e tudo mais prometem de tudo. De solução para os problemas financeiros, amorosos e até curas de males, com sessões de descarrego. Tudo em nome de Deus. Tem milagre de todo o tipo, basta escolher a religião que também tem de todos os nomes. Cada dia aparece mais uma. É fácil. Aluga-se um galpão, estuda a bíblia, coloca um carro de som nas ruas e pronto: Sou mensageiro do senhor.

Esse aumento significativo dos “milagreiros” e das igrejas é por conta da boa fé do povo brasileiro. Pense num povo bom, trabalhador e sem malícia suficiente para distinguir o real da falsidade. Os “milagreiros” profetizam tudo e prometem cada vez mais a cura para todos os males. Com certeza alguns não gostaram do comentário, mas é preciso fazer algo. É não apenas disciplinar o uso destas concessões públicas, mas alertar para os falsos profetas e milagreiros.

http://www.infonet.com.br/claudionunes/ler.asp?id=87977&titulo=claudionunes

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