A Central Única dos Trabalhadores de Sergipe - CUT/SE - repudia veementemente a ação da Polícia Militar do Estado no que se refere ao fato ocorrido no sábado, 7, quando do despejo dos sem-tetos da área do antigo Katódromo, na Avenida Maranhão. Sem mandado judicial, a PM agiu de forma truculenta e arbitrária.
Para o presidente da CUT/SE, Antônio Góis, a atitude foi uma clara demonstração de despreparo no convívio com a democracia. “Fatos desta natureza remontam os tempos da ditadura que envergonha a história de organização e formação do Estado brasileiro”, afirma.
Segundo Góis, é inaceitável que o Comando da Polícia Militar, ao invés de mostrar isenção e apurar os excessos cometidos pela corporação, punindo os responsáveis, afirme publicamente que sequer houve incidentes, conforme declarações do comandante da PM/SE, Cel. Péricles Menezes, responsável pela ordem de execução da ação.
“A ação da PM/SE expressa posição nada condizente com o comando de uma polícia num Governo cujo titular tem toda uma trajetória no campo democrático e popular. Exigimos do governador Marcelo Déda (PT) as providências necessárias à apuração rigorosa dos excessos cometidos no episódio, de modo que mude a postura da polícia em relação aos movimentos sociais”, cobra o presidente da central.
Em outras situações, a PM/SE já proporcionou ação pitoresca e até circense, como a de colocar banda de música para despejo de sem-tetos. Também demonstrou truculência e covardia para impedir uma manifestação legítima de estudantes do Colégio Dom Luciano e no Estádio Lourival Batista contra jogadores do América de Propriá.
As mais de 300 famílias de sem-tetos tinham ocupado a área abandonada há mais de 20 anos, onde seria construído o Hotel Brisa Mar, do ex-deputado estadual e ex-prefeito de Aracaju, Viana de Assis. As obras tiveram início no ano de 1986, sendo paralisadas pouco tempo depois.
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